UM PROCESSO DE RECONCILIAÇÃO NACIONAL GENUÍNO E INCLUSIVO COMEÇA DE BAIXO PARA CIMA

    PARTE I

“Presidente Chapo defende a paz, a reconciliação e o diálogo inclusivo como pilares fundamentais para o desenvolvimento de Moçambique”.                                                

Presidência da República de Moçambique em https://presidencia.gov.mz

“Não se pode falar de reconciliação quando ainda estão vivas as feridas causadas durante tantos anos de discórdias”.

Papa Francisco, na sua homilia no último dia da sua visita a Moçambique

Capa do Livro “O Seminário Católico de Zóbuè: Entre a Cruz e o Fuzil”

Foto 1. Um grupo de prisioneiros políticos submetido a tratamento atípico no Campo Militar de Nachingwea em Tanzânia

Foto 2. Um grupo de líderes nacionalistas desfilado no Campo Militar de Nachingwea em Tanzânia

As principais contribuições de renomados líderes religiosos e políticos, bem como de académicos, sobre Paz e Reconciliação Nacional estão contidas em dois livros deste autor: “Mateus Pinho Gwenjere: Um Padre Revolucionário” e “O Seminário Católico de Zóbuè: Entre a Cruz e o Fuzil”.

Um processo de paz para uma reconciliação nacional, verdadeiramente genuína e inclusiva, começa com o reconhecimento pelo governo de que existe a necessidade de resolver os conflitos não resolvidos do passado. Na sua homilia, durante a missa  campal no Estádio do Zimpeto, no último dia da sua visita a Moçambique em Agosto de 2019, o Papa Francisco disse o seguinte:

“Não se pode falar de reconciliação quando ainda estão vivas as feridas causadas durante tantos anos de discórdias”.

No seu testemunho no livro “Mateus Pinho Gwenjere: Um Padre Revolucionário”, o Padre Sul Africano Michael Lapsley escreveu que é absolutamente necessário que países procurem sarar as “feridas não cicatrizadas do passado” para que haja uma verdadeira reconciliação:

“Para curar, qualquer país precisa, antes de tudo, admitir que está ferido. A tentação é procurar enterrar e esquecer as feridas do passado, o que nunca funcionou em nenhum lugar do mundo. A evidência que existe é que as feridas não cicatrizadas do passado voltam a afectar-nos, seja como indivíduos, comunidades ou nações.”

Um processo de paz, para uma reconciliação nacional verdadeiramente genuína e inclusiva em Moçambique, deve, portanto, começar de baixo para cima, com o reconhecimento de que é necessário procurar sarar “as feridas vivas causadas durante tantos anos de discórdia” ou “as feridas não cicatrizadas do passado”, destacadas pelo Papa Francisco e pelo Padre Sul-africano Michael Lapsley, respectivamente.

Em Moçambique, tais feridas, tão justamente destacadas por estes dois líderes religiosos, referem-se:

  1. Aos conflitos não resolvidos do passado, durante a luta armada de libertação nacional e logo após a independência de Moçambique, que culminaram na detenção e execução, sem julgamento, de centenas de nacionalistas moçambicanos;
  2. Se referem aos erros e abusos cometidos nos chamados “Centros de Reeducação” onde muitos moçambicanos foram enterrados e queimados vivos;
  3. Referem-se igualmente às diversas violações dos direitos humanos cometidas, dia após dia, desde 1976 até a presente data.

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  1. Mateus Pinho Gwenjere : Um Padre Revolucionário, 2ª Edição

Ano de Publicação : 2021

Editora : Produção Independente

Número de Páginas:575

Preço: 1 600 MTS

Disponível: Livraria Mabuko, Livraria Escolar Editora, Livraria Paulinas, Maputo e Livraria Fundza, Beira

2. O Seminário Católico de Zóbuè : Entre a Cruz e o Fuzil

Ano de Publicação : 2024

Editora : Produção Independente

Número de Páginas: 334

Preço: 1 400 MTS

Disponível: Livraria Mabuko e Livraria Escolar Editora, Maputo

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