RESUMO 5

Capítulos 17 e 18 de “O Seminário Católico de Zóbuè: Entre a Cruz e o Fuzil”

Após as férias do Ano Lectivo de 1967-1968, aos 14 anos de idade, este autor regressou ao Seminário de Zóbuè para frequentar o segundo ano do Liceu, determinado a continuar a sua carreira sacerdotal. No entanto, o ambiente, com os novos padres jesuítas portugueses, já não era o mesmo. Todos os dias, seminaristas deixavam o Seminário, muitas vezes em grupos, alegando que haviam perdido a vocação para o sacerdócio. Até Dezembro de 1967, de um total de 203 seminaristas, 103 abandonaram o Seminário, a maioria atravessando a fronteira com o Malawi para ingressar na FRELIMO. 

O Capítulo 17 destaca a fuga do autor e de mais de meia centena de outros seminaristas para o Malawi, seguindo, posteriormente, para o Campo de Treinamento Militar da FRELIMO em Nachingwea, Tanzânia, com paragens em Tunduma, Mbeya, Songea e Tunduru onde o movimento mantinha suas representações. Neste capítulo, o autor destaca o discurso de boas-vindas do Vice-Presidente Uria Timóteo Simango em Mbeya, a chegada do grupo de ex-seminaristas no Campo Militar de Nachingwea e a vida cotidiana no Campo, incluindo aulas políticas e treinos militares. Como era de esperar, o grupo de ex-seminaristas era bom nos treinos militares e no desporto, sobretudo no futebol.

O Capítulo 18 destaca a divisão dos ex-seminaristas, com os mais jovens seguindo para o Instituto Moçambicano em Dar-es-Salaam; os problemas que surgiram com a introdução de novos e radicais regulamentos  estudantis em Outubro de 1966, logo após o assassinato  do  Secretário  de  Defesa  e Segurança  da  FRELIMO Filipe Samuel Magaia; um ataque armado contra estudantes do Instituto Moçambicano durante a ausência do Presidente Eduardo Mondlane em visita ao Reino Unido; bem como o encerramento do Instituto Moçambicano. Em conclusão, o Capítulo aborda o destino dos ex-seminaristas que permaneceram em Nachingwea, dos ex-seminaristas que seguiram para o Instituto Moçambicano, bem como dos ex-seminaristas que desertaram das fileiras do movimento durante a crise de 1968-1969.

Valeu a pena para esses seminaristas de Zóbuè, com qualificações invejáveis para os negros daquela época, terem renunciado à sua vida sacerdotal e terem abandonado Moçambique para se juntarem à FRELIMO na luta pela independência? A verdade é que, embora tivessem grandes expectativas em relação ao movimento, foram antagonizados por sua liderança, e alguns foram mortos, numa altura em que reinavam no movimento conflitos regionais bem como disputas pelo poder que levaram os nacionalistas moçambicanos a desperdiçar muitas das suas energias lutando entre si em vez de lutar contra o regime colonial português.

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𝐀𝐧𝐨 𝐝𝐞 𝐏𝐮𝐛𝐥𝐢𝐜𝐚çã𝐨 : 2024

𝐄𝐝𝐢𝐭𝐨𝐫𝐚 : Produção Independente

𝐏𝐫𝐞𝐟á𝐜𝐢𝐨 𝐝𝐞 : João M. Cabrita, autor de “Mozambique: The Tortuous Road To Democracy”(Moçambique : O Caminho Tortuoso para a Democracia) e “A Morte de Samora Machel”

𝐍ú𝐦𝐞𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐏á𝐠𝐢𝐧𝐚𝐬: 334

𝐏𝐫𝐞ç𝐨: 1 400 MTS

𝐃𝐢𝐬𝐩𝐨𝐧í𝐯𝐞𝐥: Livraria Mabuko, Livraria Escolar Editora, Livraria Paulinas, Maputo e Livraria Fundza, Beira